O governo do prefeito Cezar Schirmer (PMDB) deu um recado claro aos três parlamentares da base governista (Anita Costa Beber, do PPR; Deili Granvile, do PTB; e Tavores Fernandes, do DEM) que votaram contra a administração municipal no episódio da eleição da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores. A resposta veio ontem, com a exoneração de nove nomes indicados para cargos em comissão (CCs) por esses parlamentares.
>>> Os exonerados
Eram três CCs indicados por parte de cada vereador (veja os nomes no quadro). Eles ficaram sabendo da demissão na tarde de ontem. A prefeitura confirmou os cortes e não escondeu o descontentamento com a postura do trio na disputa pelo comando do Legislativo. Se a gente não conta com a confiança daqueles que estão no Legislativo, fica a dúvida se aqueles que estão no Executivo serão fiéis. Ou estão no governo ou não pontuou o chefe de gabinete da prefeitura, Ony Lacerda, que falou em nome de Schirmer, que está em férias.
Para completar, Ony ressaltou ainda que, a partir de agora, o governo trabalha com uma bancada de 10 governistas no parlamento, e não mais 13 como era até então.
Anita e Tavores preferiram não comentar o caso, já Deili falou sobre as exonerações. Visivelmente surpresa com o resultado do seu posicionamento na votação que tirou do governo o comando da Mesa Diretora, a parlamentar desabafou.
Eu indiquei (os CCs), falei que não ficaria constrangida se o indicado fosse exonerado por não atender as expectativas da função. Com isso, penso que só os nossos (CCs) não têm competência para o cargo que ocupavam disse.
Apesar disso, Deili deixa claro que não se vê como oposicionista ao governo Schirmer, porém, nos bastidores, há sinais de que a crise na base governista se aprofundou.
Eleição foi divisora de águas
A divergência começou na disputa pelo comando do parlamento, que foi definida no dia 26 de dezembro e elegeu o oposicionista Werner Rempel (PPL) para o cargo de presidente.
Até horas antes do pleito, a bancada governista, composta por 13 nomes, tinha como certo que o vereador João Kaus (PDMB) seria o novo presidente. Porém, a oposição começou uma movimentação e convenceu Anita, Deili e Tavores a mudarem de lado, derrotando o governo por 11 votos a 10 e quebrando o acordo feito no começo de 2012 que previa o revezamento de siglas governistas no comando do parlamento.
Os respingos da disputa poderão ser visíveis quando acabar o recesso na Câmara de Vereadores, em 20 de fevereiro, e o Executivo depender do crivo desse trio para ter maioria e, consequentemente, tentar aprovar projetos de seu interesse.
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